Quando empreender é preciso: a ideia

     Dizem que quando a vida te dá limão você pode fazer uma limonada, eu tenho muitos amigos que fariam caipirinha, pois bem, eu fiz torta de limão com suspiros crocantes. O importante é sabermos que tem sempre como transformar uma situação difícil em oportunidade e é isso que temos que tentar fazer.

    Faz um tempo que estou disponível no mercado de trabalho (termo chique pra dizer desempregado, sabe). O momento crítico financeiro que o país está atravessando (pra não dizer essa crise lascada do cão), não está me ajudando na recolocação. Para não pirarmos, a gente precisa pensar em outras possibilidades de trabalho. Bom, ainda bem que sou publicitária e o que não me faltam são ideias mesmo que a maioria não sirva para absolutamente nada.

    Empreender sempre foi algo que desejei tentar, mas talvez eu nunca tivesse investido meu tempo em fazer um planejamento senão fosse a minha necessidade. Estava no último semestre da pós em marketing quando fiz a disciplina de empreendedorismo e então aproveitei para fazer como TCC um plano de negócios para a criação de uma marca. Pensei bastante e resolvi fazer um projeto que fosse algo voltado para alguma das minhas habilidades e alguma necessidade vital das pessoas, o resultado: comida.

    Eu poderia dizer que minha inspiração e fascinação  pela cozinha veio da minha mãe que foi cozinheira em restaurante por muito anos e que aprendi com ela a arte da culinária  e bla bla bla bla... Mas, vamos a verdade dos fatos, sou a filha mais nova de uma família de sete pessoas. Todo mundo lá em casa trabalhava fora, então, quando eu fiz treze anos minha mãe disse:  - agora você vai fazer janta pra gente todo dia e nada de repetir mistura, se vira! Bom, depois de alguns meses, eu aprendi a cozinhar de tudo e a criar receitas (desperdiçar ingredientes também, mas minha mãe não precisa saber disso).

   Quando comecei a montar o plano de negócio a primeira fase foi encontrar uma, umazinha, somente uma única ideia que pudesse se tornar um negócio. Tem que pensar que todo produto/serviço resolve algum problema de alguém.  Na criação de um produto tem que se perguntar qual problema estou resolvendo e de quem? Um exemplo, quem teve a ideia de fazer o Buscapé queria resolver o problema de quem gosta de comparar preços na internet antes de comprar. Sabe que as vezes eu olho para algumas coisas que já foram inventadas e agradeço a Deus por aquilo não ter dependido de mim para existir. Sério! Você jamais teria conhecido a eletricidade e tantas outras coisas.

    Eu imagino que se você está lendo até aqui deve estar curioso para saber qual foi minha ideia ''brilhante''. Pois é, vamos alinhar a expectativa tá, não é nenhuma revolução como o fogo, a roda,  a pólvora, a prensa ou a internet. Menos, mas bem menos mesmo. Eu li muitos estudos e tendências de mercado e eles apostam alto no crescimento do mercado da saudabilidade, então decidi transformar meus quitutes convencionais em produtos sem glúten e sem lactose. Na minha cabeça era só fazer as minhas tortas, bolos e doces sem derivados do trigo e do leite. Simples. O que poderia dar errado? Nada! Meu pensamento míope estaria certo se os ingredientes não tivessem função nas receitas, mas isso é tema para outro post.

    Se ter uma ideia que possa virar um negócio já não é uma coisa fácil, imagine definir qual será o seu diferencial no mercado? Isso mesmo, você tem que ter um diferencial, senão é só mais um gato no balaio. O que me ajudou nesta etapa foi ter ido a campo experimentar os produtos que já existem a venda sem glúten e sem lactose. Quando conclui esta parte do estudo estava muito claro o ponto que tinha para explorar: o sabor. Experimentei muita coisa, umas saborosas, mas a maioria dos produtos absolutamente sem graça.  

    Bem, uma das principais características dos empreendedores é a persistência e isso eu tenho. Afinal, não é todo mundo que tem disposição para fazer uma mesma receita quase dez vezes. Eu defini que queria receitas mais saborosas do que as provei e fiquei testando.  Minha mãe já diz na lata: - isso é coisa de gente a toa, viu! Meu marido chegou a brincar algumas vezes: - eu pago para você parar com estes testes de receitas. Tudo tem um lado bom, numa dessa a gente já aproveita para exercitar uma outra característica de quem quer empreender que é a automotivação.  Minha mãe e o marido me zoam, mas no fundo são as pessoas que mais torcem por mim. No caso da minha mãe, não é só torcida, ela reza o terço e vive fazendo promessa pra eu pagar.  

    Tem uma música que diz que quem acredita sempre alcança e o dia que consegui chegar na minha receita (deliciosa) de torta de limão sem glúten e sem lactose eu lembrei daquele refrão: ''Quem acredita, sempre alcança!''. Foi uma confirmação de que o caminho é prosseguir neste percurso longo que é criar uma marca executando um plano de negócio na busca de um sonho. A vida vai continuar nos trazendo limões e a gente só precisa pensar o que fazer com eles. Dos meus? Eu faço torta! 






Acompanhe os próximos posts para ver o desenrolar das histórias.

Bjos

Claudiane Rocha

Comentários

  1. Adorei!!! Estou ansiosa pra saborear as tortas e na torcida pra você arrasar neste novo momento, como vc faz com tudo o que toca!

    ResponderExcluir
  2. Deus abençoe e guie você no seu projeto, muita luz e muito sucesso para você. Abraços

    ResponderExcluir
  3. Unhhhh o quê essa torta tem... deve ser uma delícia bem....

    ResponderExcluir
  4. Prima adorei a parte das promessas da tia kkkkkkkkkkkk.
    Te desejo todo sucesso, que tudo transcorra como vc planejar, parabéns!!!
    Quero muito experimentar essa torta ����

    ResponderExcluir

Postar um comentário